sábado, 6 de junho de 2009

Rapidas 7

Salve-se quem puder

A Rede Anhanguera de Comunicação, que publica o Correio Popular, o Diário do Povo e o Já, teria perdido seu prédio da Rua Conceição, essa foi a notícia informal divulgada mês passado pela imprensa não ligada à Rede. O motivo da perda do prédio seria uma dívida judicial que a RAC teria perdido. Parece que os milhões de reais gastos ilegalmente pelo prefeito para atacar os servidores públicos, especialmente o bom número de servidores em greve (que, diga-se, estão lutando por toda a categoria e para um serviço público de melhor qualidade para a população), estão ajudando a RAC a sair da lama. Mui grata, a RAC, que diz odiar ideologias, tomou o partido do governo Hélio na greve. Mas, o que a RAC deveria perceber é que essa medida, a médio prazo, é péssima para ela mesma, porque sua qualidade jornalística fica rebaixada e a tendência é que o público mais instruído passe a ter ojeriza aos seus jornais.

Um governo inábil, uma velha experiência

Foi em 1789 na França que o povo derrubou a monarquia porque esta tinha criado uma elite sanguessuga, que, apesar de nada produzir, administrava mal o dinheiro público, criava privilégios à Corte e impunha (para manter seus privilégios) sacrifícios e masmorras à população. Guardadas as devidas proporções, algo parecido está ocorrendo aqui em Campinas, 220 anos depois. As idas de Helio à TV só tem acirrado as coisas, porque a população, mesmo a menos informada, percebe que, se ele está indo à TV, é porque algo não anda bem. Com a propaganda na grande mídia, o inábil governo Hélio conseguiu (além de torrar nosso dinheiro) projetar para toda a cidade um conflito que antes era entre governo e servidores. Agora, a cidade foi chamada a se posicionar, e quem tem mais a perder é exatamente o governo Helio e sua aristocracia.

As mensagens abaixo foram extraídas de outros veículos de notícias de nossa cidade.


Impressionante o desgaste político que a greve dos servidores municipais está provocando na gestão e na figura do Dr. Hélio. Todo o faz-de-conta que tem sido a passagem deste senhor pelo nosso poder público municipal fica escancarado nesta greve. Que o leitor aprenda definitivamente esta lição. Que eleja alguém de fato comprometido com Campinas (...), e não alguém que usa a Prefeitura para empregar amigos de fora ou usar a máquina pública para estranhos acordos políticos (...).
Trecho extraído de Carta de Leitor, em blog da cidade de Campinas.

Quem acompanhou na ativa as manifestações de rua do tempo da ditadura e posteriores, sabe que, além da truculência, o despreparo do agente e o abuso de poder costumam andar juntos, não raro para defenderem interesses políticos e pessoais que nunca são os da população atingida por esse tipo de desmando. A gente também sabe que a provocação sempre foi arma em manifestações e greves, que a greve dos servidores municipais é muito bem organizada, mas não justifica a gratuidade da violência. Ver a sequencia das fotos do GM jogando spray de pimenta é um atestado disso. Qual a atitude suspeita da Rose, parada e escrevendo? Esses GMs não prestam atenção no que fazem, no que está à sua volta? O agente deve observar e entender o ambiente que o cerca, ainda mais numa situação-limite, para não cometer abusos e até crimes com ações impensadas. O agente agiu por instinto? Tem algum problema de personalidade não resolvido? Tem manual de procedimentos que manda fazer assim? Foi o comando da GM que mandou agir desse jeito? Ou a ordem partiu do 4º andar da Prefeitura, da mesma forma que os tubulões de concreto na rua, não justificados pela conversa mole do sr. De Lagos Viana Chagas e retirados por ordem judicial? Se não prestam atenção, se são mal selecionados ou mal treinados, porque gastar nosso dinheiro com incompetência pra inglês ver – e gastar nosso dinheiro de novo pagando empresa particular de segurança pra tomar conta de prédio municipal? Temos todos o direito de perguntar: que tipo de treinamento esdrúxulo recebe a GM? E mais: o que os GMs estavam fazendo na porta de uma escola estadual, se sua área de atuação, por definição, são os prédios municipais? Os inquilinos da Prefeitura aumentam cada vez mais a dívida com a população e o futuro da cidade – dívida que nós todos vamos ter que amortizar quando eles desocuparem o prédio. Isso não dá pra maquiar.
Arnaldo Bocatto, jornalista.

Um anúncio em horário nobre da televisão – que custa caro, muito caro – instalou o terrorismo oficial como forma de pressionar os servidores municipais a voltarem ao trabalho. O curioso é que esse tipo ação – usar os meios de comunicação para falar com os grevistas – está sendo usado pela segunda vez. A primeira foi a publicação de uma página inteira no Correio Popular informando dados financeiros da Prefeitura tentando justificar os 3%, alguns deles inclusive duvidosos. Agora foi a vez da televisão. O anúncio na televisão repete a falácia de que houve aumentos consideráveis na implantação do novo plano de cargos e salários. E, aí está o terror, ameaça de demissão os grevistas e de chamar concursados para trabalhar no lugar de que está faltando ao serviço. É, além de terrorismo, um dado curioso: faltam médicos na rede pública, faltam servidores em vários outros setores da Prefeitura, mas o governo do “doutor” ameaça contratar um monte de gente que está “na reserva” para acabar com a greve.
Trecho da opinião de Edmilson, em blog da cidade de Campinas

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