quarta-feira, 3 de junho de 2009

Rápidas 4

Repressão moral e física

O governo Hélio já vinha fazendo ameaças morais aos servidores, através das chefias e da imprensa paga. Agora, mandou a Guarda Municipal e Polícia Militar agredirem o servidor. Quem esteve no movimento de greve hoje em Campinas presenciou um dos dias mais tristes da história recente dessa cidade. Três servidores presos, guardas municipais agredindo servidor, spray de pimenta contra mulheres e crianças, Tropa de Choque da PM para tentar pôr fim à manifestação.

O governo de Hélio e seus aliados não mostra interesse em negociar. Só conversa com o servidor através de propaganda pagas na imprensa e através das ameaças das chefias. Toda greve sofre um desgaste com o passar do tempo. Mas o que vimos hoje foi que a violência da Prefeitura, da GM, da PM e da grande imprensa da cidade pode ter servido para reavivar os ânimos.

Duas frases

Duas declarações de servidores marcam bem o dia de hoje. O colega V. disse: "Quando vi a tropa de choque vindo para cima dos servidores, achei que fosse um filme surreal; não tinha motivo para aquele excesso de força". Outra colega S. disse: "Quero relatar tudo o que aconteceu hoje para meus colegas, mas é tanto absurdo que eu nem sei por onde começar".

Cacetete de servidor pra servidor

A pancada hoje foi de servidor para servidor. Um de nossos colegas ficou com vários hematomas por causa dos golpes de cacetadas da Guarda Municipal. Outros servidores estão nesse momento ainda detidos e, assim que liberados (esperamos), farão exame de corpo de delito para documentar o ocorrido. Lamentamos o comportamento dos guardas municipais presentes à manifestação. Apesar disso, é bom lembrarmos que boa parte da GM não concorda com o ocorrido. O coordenador do sindicato relatou que recebeu ligações de guardas pedindo desculpa pela atitude truculenta do comando da GM.

Cacetete democrático e popular

Chega um momento que não dá mais para ficar em cima do muro, não dá mais para fazer dois discursos. Os fatos de hoje mostram que ou se está com o governo, ou se está com o servidor. Alguns líderes de partidos que, no começo da greve, faziam o discurso de que, apesar de estarem no governo, estavam a favor da greve, precisam voltar a dar as caras e se explicar. Afinal, estão do lado de quem bate ou de quem apanha?

Não se pode mais gritar

Na hora em que a tropa de choque chegou, sentíamos que estávamos na ditadura, quando nem uma manifestação pacífica era permitida. Cerca de mil servidores presentes no momento gritaram "Abaixo a ditadura!".

Minutos depois, quando os servidores já tinham liberado a rua para evitar o confronto desproporcional com o Choque, quatro colegas foram comer um pastel no Voga. Nisso, o comandante da PM apontou para eles e disse: são eles. Mais PMs chegaram e iam prendendo os quatro colegas, acusando-os de "desacato à autoridade" por terem gritado "Abaixo a Ditadura". Quando a PM ia pô-los no camburão, mais servidores chegaram e conseguiram evitar.

Desequilíbrio

Não só o governo Hélio, mas também a a PM e a GM mostram muito despreparo e ânimos exaltados contra os servidores. Alguns servidores disseram que o governo teria dado ordens para bater, para ver se, com isso, o movimento esfria. Mas, parece ter havido um resutado inverso: os servidores saíram ainda mais indignados.

O governo bate e a imprensa assopra

Quando a EPTV (afiliada à Rede Globo) chegou para filmar, praticamente não conseguiu colher nenhum depoimento, pois os manifestantes gritavam: "Globo, o povo não é bobo", e o repórter ficava constrangido em gravar.

Dizem que o governo Hélio aderiu a uma promoção da EPTV: compre uma propaganda e ganhe uma matéria no telejornal. Funciona assim: o governo Hélio paga bem (dizem que é R$ 50 mil) por uma inserção de 30 segundos de propaganda e a EPTV faz uma reportagem todo dia para defender o governo e culpabilizar os servidores.

2 comentários:

Maria Pinheiro disse...

Estava demorando para o (des)governo Hélio mostrar seus "podres poderes"!!!!
Mas não é dessa forma que o prefeito conseguirá deter o movimento.
Realmente o dia de hoje foi um dos mais tristes da história de "lutas" sindicais dessa cidade. Quanta truculência!!!

Anônimo disse...

Se a PM e a GM fossem sérias deveriam abrir sindicância para apurar as agressões e as perseguições a quem grita uma palavra de ordem.